Descubra a História da Orquestra Prescrição Musical
Durante os desafios da pandemia, três médicas do Hospital de Matosinhos tiverem um encontro furtuito. Devido ao cancelamento de operações e da alteração de rotinas para enfrentar a crise descobriram um interesse comum pela música clássica. Uma cirurgiã e duas médicas anestesistas, com a intenção de criar um projeto musical em conjunto, uniram-se sob a orientação de uma experiente profissional da música. Assim, em abril de 2021, o movimento que viria a tornar-se na Orquestra Prescrição Musical teve o seu início.
A iniciativa cresceu rapidamente. Em setembro do mesmo ano, foi lançada a página no Facebook, partilhando vídeos de apresentações realizadas em conferências médicas. O interesse cresceu, atraindo outros profissionais de saúde para a "orquestra". Cedo, seriam compostos por três violinistas, uma violoncelista, uma pianista e uma flautista. Em dezembro de 2021, contando ainda com mais músicos profissionais do que profissionais de saúde, foram calorosamente recebidos por uma sala cheia no seu primeiro concerto, no auditória da Casa de Saúde da Boavista.
Desde então, não pararam de crescer. Atualmente, a Orquestra conta com quarenta profissionais de saúde, com naipes completos nas cordas e novos elementos nos sopros e percussão. Estabeleceu uma colaboração com a Orquestra de Médicos de Lisboa, colegas do Reino Unido integrantes da World Doctors Orchestra, e a Orquestra Médica Ibérica.
Os ensaios são semanais, realizando-se nas instalações do Conservatório de Música do Porto, com toda a orquestra reunida, ocorrendo também ensaios por secções e tutoria.
A Orquestra tem como objetivo um mínimo de três concertos por ciclo – Natal, Páscoa e Verão. Em cada concerto é estabelecida uma parceria com associações ou instituições de solidariedade social, promovendo o seu trabalho e angariando apoios. Além dos concertos do ciclo, também participa em conferências médicas e eventos sociais.
É de realçar que a Orquestra Prescrição Musical não é apenas um grupo musical. O seu objetivo é ser uma comunidade comprometida com o bem-estar dos profissionais de saúde. Os ensaios oferecem um momento de quebra da rotina diária, simultaneamente proporcionando oportunidades a estudantes de música e apoiando várias associações de intervenção social.
Junte-se a nós nesta jornada musical e de solidariedade!
David Lloyd
Diretor Artístico
David Lloyd é doutorado pela Universidade de Sheffield e iniciou os seus estudos superiores no Royal College of Music, em Londres, onde recebeu vários prémios em viola d’arco e música de câmara. Colaborou com grandes orquestras londrinas, participou em bandas sonoras de cinema e televisão e integrou a BBC Symphony Orchestra, atuando nas mais prestigiadas salas de concerto sob a direção de maestros como Pierre Boulez, Bernard Haitink e Lorin Maazel.
Em Portugal, foi solista na Orquestra do Porto e dedicou-se ao ensino em várias instituições. Desde 1996, leciona na Universidade de Aveiro e, desde 2018, na Escola Superior de Artes Aplicadas do IPCB. Foi diretor da Orquestra Clássica do Centro (2012-2016), realizando estreias de óperas e gravações. Em 2014, recebeu o título de Maestro Honorário Vitalício de Cabo Verde.
Como intérprete, integra o Quarteto da Costa Atlântica e diversos projetos de tango, tendo gravado CDs e feito arranjos para artistas como Pedro Abrunhosa e Miguel Araújo. Atualmente, é chefe de naipe dos 2os violinos na Orquestra Costa Atlântica, chefe de naipe das violas na Filarmónica Portuguesa.
João Pedro Fernandes
Maestro
Natural de Almada, frequentou o curso de clarinete no Conservatório de Lisboa, na classe do professor Jaime Carriço. Após ingressar na Universidade de Aveiro, licenciou-se em 1996 em Ensino de Música (especialização em clarinete), sob a orientação dos professores António Saiote e Luís Silva. Foi o fundador do grupo de música de câmara OPUS 3, com o qual realizou recitais em várias cidades portuguesas. A partir de 1997, dedicou-se também à direção coral, orquestral e técnica vocal, colaborando regularmente com diversos maestros, destacando-se Filipe Carvalheiro, António Lourenço, Eugénia Vãcãrescu e Robert Houlihan. Integrou o Vocal Ensemble, um grupo de música antiga da Universidade de Aveiro. Foi maestro do Orfeão de Ovar, do Coro da Universidade de Yoga do Porto e do Coro de Santa Joana de Aveiro, bem como do Orfeão Egas Moniz. Lecionou Orquestra na Escola de Música Guilhermina Suggia. Atualmente, é professor de Classes de Conjunto – Coro e Orquestra de Cordas – no Conservatório de Música do Porto, onde também lidera o projeto Coro dos Pequenos Cantores. Além disso, é professor de orquestra na Academia de Música de Espinho. Aperfeiçoou-se em Direção de Orquestra no Conservatório Nacional da Região de Lille, na França, sob a tutela do maestro Jean Sebastian Berreau. Desde abril de 2022, é o maestro da Orquestra Prescrição Musical.